PALAVRA DE VIDA                                                                           
 
9/06/2012 – Duas pequeninas moedas... (Mc 12,38-44)
            Curiosa a relação entre Deus e o
dinheiro! Uns simplificam a questão: transformam o dinheiro em Deus e passam
toda a vida a servir e adorar o implacável ídolo de tantos nomes: Mammon, Moneta, Pecúnia... Dólar, euro, libra esterlina.
            Outros percebem
a diferença entre o ouro e a divindade, mas julgam que podem comprá-la,
alugá-la com dinheiro. Ou, pior ainda, tentam usar a amizade com Deus para
acumular sempre mais dinheiro. E ainda pregam uma conhecida “teologia da
prosperidade”, segundo a qual a dedicação a Deus é recompensada com dinheiro,
sucesso e poder.
            Há também aqueles que dão esmolas
para projetar uma imagem de bonzinho, de benemérito e filantropo. Assinam
livros-de-ouro e fazem questão de que seu nome apareça como doador nos vitrais
do templo ou nos bancos da igreja. É deles que Jesus fala: “Já receberam a sua
recompensa...”
            Mas há aquela pobre viúva que Jesus
notou no Templo de Jerusalém. Tão diferente dos ricos que deixavam cair – bem
do alto, para fazer barulho! – mancheias de moedas tilintantes, atraindo os
olhares e a admiração de todos. A viúva não tinha quase nada, apenas duas
moedinhas de ínfimo valor, que somavam um quadrante (a quarta parte de um asse,
a menor das moedinhas daquele tempo!). Pois foi apenas isto – tudo o que
possuía – que a viúva lançou no cofre do Templo. Parecia um gesto perdido, mas
foi notado por Jesus.
            Deus não é muito bom em Matemática.
Não faz muita conta de nossas doações. Seu olhar passa além das aparências e
vai mais fundo, percebendo as intenções profundas de nosso coração. Ali, ele
sabe se o amor superou o ódio, a generosidade venceu a ganância, a compaixão
barrou o egoísmo...
            Claro, podemos ver a situação por
outro ângulo: diante do brilho e da grandeza dos dons de outros irmãos, pode
assaltar-nos uma tentação de inutilidade ou desânimo. Nada temos de tão
importante assim. Pouco podemos fazer pelo Reino de Deus. Somos inúteis.
            Pois não é assim. Deus aceita de
cada um o pouco que pode dar, os pequenos gestos de amor de cada dia, a mínima
contribuição que está ao nosso alcance. Ninguém é tão desprovido de dons que
não possa pôr o seu tijolinho no edifício do Reino. É a soma de todos nós que
faz a cidade de Deus...
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade
Católica Nova Aliança

Nenhum comentário:
Postar um comentário