PALAVRA DE VIDA
7/06/2012
– O Sangue da Aliança... (Mc 14,12-16.22-26)
No
Gênesis, um ritual semelhante é celebrado entre Deus a Abraão, selando a
aliança entre Deus e seu povo (cf. Gn 15,9-17). Em outras celebrações arcaicas,
o sangue de um animal era aspergido sobre a assembleia reunida, como rito de
purificação; a melhor carne era queimada em sacrifício e o restante era
distribuído ao povo que, assim, entrava em comunhão com a divindade.
As
duas partes envolvidas no ritual tornavam-se “aliados de sangue”. Era como se
formassem um só povo, pois passavam a ser mutuamente comprometidas com todas as
dificuldades e desafios que afetassem uma das partes.
No
Evangelho de hoje, no meio de uma celebração que, a princípio, parecia apenas
uma ceia pascal judaica, Jesus surpreende os discípulos ao “quebrar o
cerimonial” e dizer as palavras da primeira consagração eucarística da
história: “Isto é meu Corpo... Este é o cálice do meu Sangue...” Um Corpo
“dado”, um Sangue “derramado”...
Na
verdade, só no dia seguinte – a Sexta-feira Santa – Jesus seria sacrificado no
Calvário, como vítima de salvação. No entanto, já na véspera, na quinta-feira,
Ele antecipa de modo sacramental (isto é, por meio dos sinais do pão e do
vinho) aquilo que seria evento histórico no dia seguinte.
E
as palavras do Senhor deixam claro que ele tem consciência de estar dando
formato definitivo à Aliança entre Deus e os homens, tantas vezes tentada no
passado: Com Noé (Gn 9,8ss), com Abraão (Gn 17), com Davi (2Sm 7,11c-16). Desta
vez, não há vítimas animais, mas o sangue que deve correr é o próprio Sangue do
Cordeiro.
Em
cada Eucaristia, a Igreja atualiza (isto é, traz do passado para o presente, de
modo real e eficaz) aquele mesmo sacrifício de Jesus, repetindo seus gestos e
palavras. E o fiel sabe que está, mais uma vez, presente à montanha do
Calvário...
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Nenhum comentário:
Postar um comentário